domingo, 22 de maio de 2011

Sereia do Mar

Sim, eu a conheci
Ela me levou para águas
Ao contrário do que aconteceu com os outros
Ela não me matou
Deve ter gostado mim
Apresentou-me ao seu mundo
Me falou de sua vida
Diferente tudo
Boiando sobre o mar
Me senti em perigo
Ela tranqüilizou
Pois todos que estavam ali
Eram seus amigos
E enquanto eu estivesse sobre seu encanto
Nada me aconteceria
Sobre a luz da lua
Ficamos conversando
Num momento de descontração
Brincamos
Até que uma onda nos aproximou
E numa grande cama d’água
Fizemos amor
Pra não dizer
Que não bebemos nada
Brindamos
Com água salgada
Mas de repente
Instalou-se um silêncio
Tristeza
Ela me falou de sua sina
E de sua solidão
E que aquele momento
Não duraria muito
Eu nem liguei
Pois a gente passa a vida inteira
Procurando alguém
E eu não queria perder
Esta chance
De ser feliz
Eu disse a ela
Que sua sina
Não era muito diferente
Da terra
Logo depois
Peguei no sono
E quando acordei
Estava de volta
No meu mundo
Sozinho
Em poucas horas
Bateu o desespero
Pulei na água
Tentando encontra-la
Perdi o fôlego
Fui afundando
Perdendo o sentido
Quando acordei
Estava na terra
Eu tenho certeza
Que quem me salvou
Foi ela
Agora eu entendo
Porque os outros morreram
E pra não ficar sofrendo
Não fazendo mais nada
Olhando para mar
Morrendo aos poucos
Com aquele pinguinho de esperança
De viver
Tudo de novo

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