sábado, 6 de agosto de 2011

Reencarnação

Na minha outra vida
Tudo será mais simples
Já que agora sei todos os caminhos
Não perderei mais tempo
Não deixarei escapar
Nenhum momento
Na minha outra vida
Todos os dias serão grandes dias
Serei diferente
Na maneira de falar
De pensar e de amar
Levarei em mim os ensinamentos
Que tirei dos meus próprios erros
Me livrarei da ignorância
Que habita meu ser
Minha outra vida será fantástica
Pois agora
Eu sei viver

domingo, 22 de maio de 2011

Travessia

Uma passagem
Uma passarela
Que um dia
Mais cedo ou mais tarde
Todo homem terá
Que atravessar
O medo
O desconhecido de lá
Aterroriza a vida
Do lado de cá

Caça ao Tesouro Perdido

Vai!
É chegada hora
Vá a sua caça
Não subestime o perigo
Saiba que muitos Ficaram pelo meio do caminho
Outros perderam suas vidas
Em busca do Tesouro Perdido
Veja aqui
Este é seu mapa
Vá pela Estrada da Inteligência
Logo chegará a Terra dos Mestres
Um povo de sábios
Que transformarão seu medo em coragem
Vão tirar de você a cegueira de sua juventude
Te ensinarão a arte da guerra
E quando estiver forte
Vai!
Siga em frente
Pegue a Estrada das Pedras
E logo chegará a Terra dos Alucinados
Um povo estranho
Suas plantas os levam para um mundo distante
Com promessa de felicidade
Nada disso é realidade
Não caia em tentação
Siga seu caminho
E apenas diga
Não
Então chegará a Terra dos Amigos de Vidro
Não aceite as suas oferendas
Não dê importância às suas gentilezas
A intenção é levá-lo ao perigo
E quando precisar de ajuda
Eles se despedaçam
Como se nunca tivessem existido
Mais adiante chegará ao Vale dos Espíritos
Não tenha medo
Eles querem apenas a sua alma
Vencerá este obstáculo pela força de sua fé
E ao final da Estrada das Pedras
Encontrará um outro povoado
A Terra dos Amigos de Verdade
Lá, terá paz
Lhe darão água
Retome sua energia
Recupere sua força
E vá
Rumo a batalha final
Finalmente chegará a Terra dos Guardiões
Ali, bem na montanha está o Tesouro Perdido
Pela sua crença e medo eles não sobem até lá
Mas também não deixam ninguém subir
Se conseguir vencer Limpe o sangue em suas mãos
Esqueça o passado
Comemore a sua vitória
Mas se perceber que alguma coisa ainda lhe falta
Vá em segredo
Pegue a Estrada das Águas
Até o Vale das Flores
Encontrará um povo simples
De casas de barro
Um povo festeiro, que cultiva a dança
Sua maior riqueza
É a sua alegria
É a sua fé
Então, em parte, encontrará o que quer
E alcançará a plenitude
No coração de uma mulher.

Meu Sonho

Um dia sem Sol
Pois a imagem era o sol
Um dia sem céu
Pois a imagem era o céu
Difícil de explicar
A Terra parou
Olhos arregalados, encantados.
A imagem era de um homem
Vestido com um manto branco
Que mais parecia pano de chão
Sua feição era de um homem simples
Mas a sua simplicidade o tornava belo
E como um camaleão
Mudava de cor
Branco, negro, amarelo.
Não disse uma só palavra
Não fez nenhuma super mágica
E a imagem aos poucos foi sumindo
Tal como o por do sol
E depois de um minuto de absoluto silêncio
A multidão ainda encantada explode... em aplausos
E em completo fascínio todos comentavam:
- Que Maravilha!
- Que tecnologia!
- Como funciona?
- Quem Inventou?
- Você já tem o seu?
É, mais uma vez
O mundo não entendeu.

ESPELHO

Entre as Montanhas
Dizem que existe
Um povo enfeitiçado
Vivem cantando
Vivem em abraços
Falam que lá, o mau não entra
Sobre as pedras
Formaram-se desenhos
Sabe-se lá de onde veio
Numa sincronia perfeita
Homens, animais, plantas, caminham
Em completa harmonia com a natureza
E como se não bastasse
De longe pode-se ver
É lá
Que sol nasce
Povos de outros lados
Querem entender o segredo
De tanta felicidade
De muito distante
Olhares curiosos
Fazem sua oração
Como uma prece
Para um lugar
Que nem mesmo conhecem
Alguns dizem que é
A Casa dos Anjos
A Terra dos Deuses
Falam que todos os dias
As pessoas se reúnem em um templo
Cheio de luz,
Que fica brilhando
O tempo todo
Até o sol sumir
E como se fosse milagre
Este lugar reflete
A verdadeira imagem, de você
Conta história
Que homens valentes
Guerreiros
Que tentaram chegar até lá
Caíram num buraco
E foram condenados
A viver para sempre
Na escuridão
Por isso
Ninguém se atreve
Mas um homem, diz um velho
Que ninguém acreditava
Sem espadas
Apenas com o seu coração
Se aventurou
E como uma espécie de permissão
Foi guiado, pelos pássaros
E lá encontrou um homem
Que deveria ser o líder
O mestre do povo de lá
Sentado nas pedras
Ele o recebeu,
Como se estivesse o esperando
Olhou pra ele, sorridente, alegre
Feliz em vê-lo
O fez sentir importante
E disse:
-Vejo todo o seu brilho
Sinto o seu espírito
Vá até ali
Naquela pedra, tem um espelho
Olhe para ele
Sorrindo, sem medo
Então, verás o que eu vejo
O viajante voltou e perguntou:
-Onde está a terra sagrada?
Não vejo nada!
Em gargalhadas
O homem respondeu:
-Este é o segredo
Acalma-se
Tudo que escutou falar
Daqui pouco, irá perceber
Que tudo isto
Está em você.

O maior dos poetas

Em um dia inspirado
O poeta escreveu
Aquela que seria
A melhor das poesias
No céu uma grande bola de fogo
Que surge nas manhãs
Dando luz, calor
Iluminando a vida
E quando ela se vai
Eis que então
Uma luz discreta
Não bastasse toda sua beleza
Ainda se enfeita de estrelas
Salve o maior dos poetas!
Que em seus simples e perfeitos versos
Transmite o exato significado
Salve todos os poetas!
Que fazem poesia da poesia
E sem contar
Que em um dia inspirado
O maior dos poetas escreveu você
Poesia também.

Sereia do Mar

Sim, eu a conheci
Ela me levou para águas
Ao contrário do que aconteceu com os outros
Ela não me matou
Deve ter gostado mim
Apresentou-me ao seu mundo
Me falou de sua vida
Diferente tudo
Boiando sobre o mar
Me senti em perigo
Ela tranqüilizou
Pois todos que estavam ali
Eram seus amigos
E enquanto eu estivesse sobre seu encanto
Nada me aconteceria
Sobre a luz da lua
Ficamos conversando
Num momento de descontração
Brincamos
Até que uma onda nos aproximou
E numa grande cama d’água
Fizemos amor
Pra não dizer
Que não bebemos nada
Brindamos
Com água salgada
Mas de repente
Instalou-se um silêncio
Tristeza
Ela me falou de sua sina
E de sua solidão
E que aquele momento
Não duraria muito
Eu nem liguei
Pois a gente passa a vida inteira
Procurando alguém
E eu não queria perder
Esta chance
De ser feliz
Eu disse a ela
Que sua sina
Não era muito diferente
Da terra
Logo depois
Peguei no sono
E quando acordei
Estava de volta
No meu mundo
Sozinho
Em poucas horas
Bateu o desespero
Pulei na água
Tentando encontra-la
Perdi o fôlego
Fui afundando
Perdendo o sentido
Quando acordei
Estava na terra
Eu tenho certeza
Que quem me salvou
Foi ela
Agora eu entendo
Porque os outros morreram
E pra não ficar sofrendo
Não fazendo mais nada
Olhando para mar
Morrendo aos poucos
Com aquele pinguinho de esperança
De viver
Tudo de novo

O Choro de quem chora

Preste atenção a quem chora
Pois não são apenas lágrimas
Que se enxuga com uma toalha
Por dentro ainda derrama
Por dentro ainda chora

Preste atenção a quem chora
Pois é o limite
É o extremo de um sofrimento
Que ao procurar uma saída
Encontra seus olhos

Preste atenção a quem chora
Pois é como um Vulcão
Que com suas lavas de sentimentos
Borbulham no peito
E em plena erupção
Transborda, extravasa
Sai do corpo
Em forma de água.

ETERNO

Me perguntaram
Porque você escreve poesia?
Eu respondi
Sei que um dia
Não estarei mais aqui
O meu corpo, a minha alma
Estarão em outro lugar
Que não sei onde é
Neste momento
Não quero discutir esse segredo
Apenas quero ressaltar
Que minha memória
Ficará aqui
Para sempre

Eu juro que foi

Moça
Aceite estas flores
São sinceras e merecedoras
Eu vim
Para lhe dar um recado
Assunto delicado
Assunto sagrado
Antes de dizer
Quero esclarecer
Não sou padre e nem profeta
Apenas sou
Homem de respeito
E não sou de brincar com coisa séria
Foi Deus
Que mandou aqui
Pelas coisas sagradas, a honra e a verdade
Eu juro que sim
Eu só sei que uma voz que vinha do céu
Dizia pra mim
-Vá!
Encontre a moça
Através das folhas eu te guiarei
Pelo brilho dos olhos saberás quem é
A ti eu dou o poder
De curar suas feridas
Resgatar os seus sonhos
Devolve-la o sorriso
Devolve-la o brilho
Que tem
Uma grande mulher
Meu bom rapaz
Deixa bem claro a ela
Que sua missão na terra
É fazê-la feliz
Foi Deus
Que mandou aqui
Pelas coisas sagradas, a honra e a verdade
Eu juro que sim
Eu só sei que uma voz que vinha do céu
Dizia pra mim
-Está escrito
É teu destino
Que assim seja
E assim será
Meu bom rapaz
Deixa bem claro a ela
Que não adianta fugir
Todos os caminhos da vida
Todos os caminhos da terra
Darão a você
Deixo pra este planeta
A mais pura e verdadeira
História de amor

Românticos em extinção

É um desrespeito ao coração
É um desrespeito a beleza
Ainda mais eu,
Que gosto de ficar olhando as estrelas
Sentir as pétalas em meu rosto, trazidas pelo vento
E nesse mesmo instante, declarar amor
A alegria é tanta
Que eu ofereço aos passageiros desse momento, uma flor
Um dia
No meio do cinza
Contarei aos jovens
Com quadros e flores de plástico
Que aqui existiu
Um mundo encantado
Vem ai uma nova geração
Falando sobre concreto, sobre o deserto,
Falando sobre nada
Conquistando a mulher amada
Com simples palavras
Ei! Não sei o que te dizer
 Só sei que gostei de você

Nasce a Esperança

De repente um choro
Uma explosão no céu
Anuncia-se um nascimento
Só que leva um nome estranho
Esperança de um ano bom
As pessoas repetem uma as outras:
Que ele seja melhor que seu irmão
Alguns sentimentos, que pensei que não existisse mais
Começam a ser tirados do interior
Solidariedade, carinho e amor
Pena que é tão difícil tirar e tão fácil guardar
Ah! Como eu queria que todos os dias nascesse um
Talvez as pessoas estariam tão ocupadas, que se esqueceriam de guardar
Neste dia, não preciso pedir e nem implorar
Logo me convidam para comer um pedaço de pão
Na rua, disse ao desconhecido uma palavra que talvez em outros dias
Significasse a minha morte
E, simplesmente ele me disse
Feliz Ano Novo!
Ah! Como eu queria que todos os dias nascesse um

Estranho Poeta

Quem é aquele homem?
Calado, tão estranho
Está sempre pensando
Como se estivesse ao mesmo tempo em todos os lugares
Vivendo num instante, excitante todos os momentos
Um viajante entre nós
Ladrão dos nossos sentimentos
Um romântico só
E a aquela voz ao longe que me chama,
O medo curioso me aproxima
De repente um susto, um espelho e uma imagem
Aquele homem sou eu, e com a voz que é minha ele me diz:
-Sou seu armazém de coisas boas
-Transformo suas tristezas em poesias
-Vivo o que teu orgulho e sua hipocrisia, não lhe deixa ver
-É só se lembrar dos tempos em que era feliz e não sabia
-Então agora sabes o porquê.....coração não para
-Sabes o porquê ainda estás de pé

Meu Deus... existe um poeta dentro de mim!

Tendal da Lapa

E foi assim que tudo começou
Uma mão estendida
Ajudando a encontrar
Os caminhos desconhecidos
Estava tudo escondido em mim
Como se fosse segredo
Um dom escondido pelo medo
Não faltava desejo, não faltava vontade
Mas faltava coragem
E tudo se revelou então
Num tendal de milagres
E nos primeiros passos
Ainda desajeitados
Nos cantos ainda desafinados
Embalados pelo som do trem
Vão dando forma a arte
E ao final da tarde
A timidez vai se embora
Sem deixar saudades
E tudo se transforma então
Em um tendal de sonhos realizados
Os velhos relembram o passado
Guardados em sua memória
Os jovens atentos
Viajam pelo tempo
Em um tendal de histórias
Mas quando se fala em adeus
O silêncio se instala
O trem para
E no lindo por do sol
O que se vê, são chuvas de lágrimas
E todos mergulham assim
Em um tendal de tristezas sem fim.

A Terra Prometida

Olá!
Bem vindo a São Paulo!
Entre
Seu caminho é por aqui
Veja!
Tudo que você sonhou
Está a sua frente
Não, não é miragem
Pare de pensar
Agarre as oportunidades
Sinta a energia
Sim
Eis a terra prometida
Terra que te dará muitos frutos
Muitas alegrias
O pouco se multiplicará
Do nada nascerá
O sol sempre brilhará em sua direção
O vento lhe trará tudo que é de bom
E o mesmo vento levará tudo o que é mau
As portas se abrirão
Será bem recebido
Comemore!
Em meio a tantos
Tu foste o escolhido
Então
Viva!
Apenas Viva!
Bem vindo a São Paulo!

Olá
Bem vindo a São Paulo
Entre
Seu caminho é por aqui
Passe por aquela cortina de fumaça
Cuidado com lama
Pois você pode se afundar
Não adianta pedir socorro
Pois de tantos gritos
Ninguém vai escutar
Não terá muitas oportunidades
Essa terra te dará poucos frutos
Então se una, pois o pouco de todos
Será muito
Engula as suas lágrimas
Pois os que estão ao seu lado
Precisam do seu sorriso
Não tente avançar mais do que pode
Assim atrairá mais dor
Se contente com o pouco, com o simples
Se conforme com vida que lhe foi dada
Agradeça e não peça mais
Limite os seus sonhos
Só assim
Terá um pouco de paz
Sobreviva! Sobreviva!
Bem vindo a São Paulo

A Espera do Lixo

A margem de sua vida
Existe alguém, que observa
A margem de sua vida
Existe alguém, que espera
Sem pressa
Pelo fim de sua janta
Pelo fim de sua festa
E sem você perceber
Acompanha
Seu filho crescer
A margem de sua vida
Existe alguém, que gosta
Do que você não gosta mais
E observa
Da rua, da janela
Seja a onde for
Está ali
Esperando, sem pressa
Você decidir
O que não presta